Prisão perpétua
Prisão perpétua
Ah! Pobre Passarinho,
Por que te aprisionam
Longe de teu ninho,
Só pra te ouvir cantar?
Ah! Quanta maldade,
Quanta crueldade,
Quanto egoísmo,
Dessas pessoas que
Insistem em te aprisionar.
Mas elas mesmas,
A todo o momento,
Invejam-te e proclamam,
Querendo a tal liberdade,
Querendo até mesmo voar...
Mas privam-te de tudo
Condenando-te
Sem, nem mesmo julgar,
A uma dura pena,
De não poder usar
Suas lindas penas,
Que lhe dão o
Direito de voar.
Será por vingança?
Ou apenas ganância?
Querem-te bem perto,
Só para ouvir-te
Cantar?
O que fez meu amigo?
Para estar nesse cativeiro,
Criado por um gaioleiro
E condenado por alguém?
E sendo punido,
Privado de tudo
Ainda cantas tão bem.
Ah! Acho que sei
Porque cantas.
É que com isso espantas
De teu pequeno coração,
O mal que não tens!
Mas eu queria ver
Aquele que se diz seu dono,
Trancado em sua gaiola,
Sentado em seu poleiro,
Será que ele cantaria também?
Valdemar Francischetti
Artista plástico
Rio das Ostras -20 ago 2005
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