sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Chamam-nos malucos
Nós os artistas pintores, somos assim mesmo, somos excêntricos, por causa da nossa maneira extravagante de ser.
Por isso dizem que só fazemos maluquice e tentam a todo instante nos maldizer no intuito de nos afastar.
Fazemos maluquice, sim e porque não?
Nascemos com um gênio ao lado da gente que permanece brigando conosco o tempo todo, a todo o instante nos revolucionando, criticando e sempre nos inspirando muito, bem aqui dentro, no nosso coração.
Nesses momentos, às vezes, parecemos explodir como um vulcão. Temos vontade de pintar e pintamos mesmo igual maluco, mas em certos momentos, porém, ficamos tão serenos como um lago sem brisa onde na água podemos nos espelhar perfeitamente, tão parado ela está...
A vontade começa a esvair-se e parece que o mundo vai se acabar. Então começamos a nos revoltar.
É porque aquele gênio inspirador está passeando. Ele vive procurando cenas para novamente nos brindar. E quando ele retorna é sempre bem recebido, com muita alegria e muita emoção. E lá estaremos frementes outra vez, com o pincel em punho, como que digladiando com a tela num tremendo frenesi que flui de nossa mão maquinalmente.

 As cores na paleta ficando cada vez mais vibrantes, as telas mais belas tudo se iluminando, o ambiente, a alma e até o atelier vai se enfeitando mais e mais com respingos coloridos espalhados pelo chão.
Dizem que somos alienados mentais, sempre foi assim, e sempre será, mas desde idos tempos, lá nas cavernas, e nos museus, deixamos na história da humanidade, registros tão importantes que nós os “malucos” pintamos e que não se apagam jamais!



Rio das Ostras -01/07/2011

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