Chamam-nos malucos
Nós
os artistas pintores, somos assim mesmo, somos excêntricos, por causa da nossa
maneira extravagante de ser.
Por
isso dizem que só fazemos maluquice e tentam a todo instante nos maldizer no
intuito de nos afastar.
Fazemos
maluquice, sim e porque não?
Nascemos
com um gênio ao lado da gente que permanece brigando conosco o tempo todo, a
todo o instante nos revolucionando, criticando e sempre nos inspirando muito, bem
aqui dentro, no nosso coração.
Nesses
momentos, às vezes, parecemos explodir como um vulcão. Temos vontade de pintar
e pintamos mesmo igual maluco, mas em certos momentos, porém, ficamos tão
serenos como um lago sem brisa onde na água podemos nos espelhar perfeitamente,
tão parado ela está...
A
vontade começa a esvair-se e parece que o mundo vai se acabar. Então começamos
a nos revoltar.
É
porque aquele gênio inspirador está passeando. Ele vive procurando cenas para
novamente nos brindar. E quando ele retorna é sempre bem recebido, com muita
alegria e muita emoção. E lá estaremos frementes outra vez, com o pincel em
punho, como que digladiando com a tela num tremendo frenesi que flui de nossa
mão maquinalmente.
As cores na paleta ficando cada vez mais
vibrantes, as telas mais belas tudo se iluminando, o ambiente, a alma e até o
atelier vai se enfeitando mais e mais com respingos coloridos espalhados pelo
chão.
Dizem
que somos alienados mentais, sempre foi assim, e sempre será, mas desde idos
tempos, lá nas cavernas, e nos museus, deixamos na história da humanidade,
registros tão importantes que nós os “malucos” pintamos e que não se apagam
jamais!
Rio das Ostras -01/07/2011
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